Vai fazer 2 anos que moro nesta casa. Acho que é o nosso recorde numa casa! Somos assim! Por mim mudava anualmente de casa... aliás, é o que temos feito desde que casámos, já lá vão 7 anos.

A 1ª casa foi recuperada por nós. Aproveitávamos os fins-de-semana para a ir arranjando aos poucos, e quando, finalmente, conseguimos cortinados para todas as janelas, vendemo-la. Estivemos lá 1 ano e acabámos por mudar para perto da casa dos meus Pais.

A 2ª casa foi amor à 1ª vista: um 4º andar sem elevador num prédio de tabique, em que a marquise era um pombal a céus aberto. Toda forrada a papel escuro, com buracos no tecto, possíveis infiltrações, etc... tudo nos encantou nesta casa. Ficou linda toda remodelada, desta vez com a ajuda dum empreiteiro. E foi quando nasceram as gémeas que as escadas (91 até entrar em casa) se tornaram insuportáveis e resolvemos colocar a tabuleta “Vende-se”.

A 3ª casa teria que ser na mesma zona e encontrámo-la rapidamente. Precisava de obras, não muitas, mas ia ficar gira. Era uma casa compartimentada, com muitas portas e o ideal seria anular umas paredes, mas acabámos por não o fazer, e, entre outras, foi a razão para a vendermos!

A 4ª casa foi em regime de aluguer. Não nos queríamos precipitar e aceitámos a proposta de um amigo que tinha uma casa vaga. Ali, teríamos tempos para a nossa busca pela casa ideal.

A 5ª casa é onde eu moro já lá vão 2 anos. Não é a ideal, nem de perto nem de longe, e todos os dias encontro um defeito válido para que a tabuleta seja colocada na janela. O facto de ter aparecido uma barata (bem sei que foi apenas uma e que pode ter entrado pela janela, que não quer dizer que existam mais, mas ainda assim...argh) é para mim, mais do que suficiente para mudar de casa, mas sei que ainda ali fico mais uns tempos. A razão? É ainda não ter encontrado a casa dos meus sonhos... na mesma zona...

E enquanto procuro, vou sonhando com a nova casa, embalando (ainda que mentalmente) o que vou levar, separando (ainda o jogo mental) o que não levo de certeza e aceitando as opiniões das minhas filhas, que querem uma assoalhada extra para sala de brinquedos (parece-me chique e fundamental!!), que todos os dias se lembram de uma nova cor para a parede do novo quarto (bordeaux, preto, cor-de-carne !?!)...

Todos os dias

lhes pergunto o que comeram na escola:
- Feijão furado!

É uma nova versão do feijão frade :)

E depois

de lhe ralhar e de lhe ter explicado que é difícil para mim deixá-la a chorar na escola, que preciso de trabalhar, que todos os meninos vão para a escola, que é na escola que se aprendem coisas novas e que se fazem amigos novos, bla bla bla bla...
a Leonor olhou para mim como se ainda não nos tivéssemos falado e perguntou-me: Então e o trabalho da Mãe correu bem hoje?

E deixou-me desarmada!

Há noites

e noites!!! E esta não é daquelas noites que eu queira guardar na memória. Isto porque a Maria acordou às 01:30, pronta para começar o dia! Ora, para uma pessoa, neste caso duas, cujo dia acaba sensivelmente por esta hora, não é fácil conciliar horários com a pequena noctívaga. Acabei por ver a Martha Stewart, um filme e uma remodelação de uma casa. Ainda assim, não estava fácil adormecer a Maria, que acabou por "quebrar" por volta das 4. E, de manhã, foi vê-la regalada a dormir como se de madrugada se tratasse!!!

Há 6 anos

e no dia em que comemorei 1 ano de casada, resolvi vestir o meu vestido de casamento. Nesse dia cheguei a casa e, como na altura ainda não tínhamos crianças, tive tempo para o tirar da caixa e vesti-lo. É um vestido simples mas com botões corridos nas costas, pelo que o facto de estar sózinha em casa, não facilitou a tarefa, mas aos poucos fui conseguindo abotoar um a um. Já estava eu de vestido de noiva quando tocam á porta. De imediato me lembrei da entrega da roupa engomada, que era feita semanalmente, à mesma hora. E ali estava eu, de vestido de noiva, de ténis, e sem conseguir desabotoá-lo a tempo. Do outro lado da porta, o rapaz da roupa!! Abri e como se fosse normal andar à noiva por casa, aceitei a roupa e desejei-lhe "Boa tarde".

Está oficialmente aberta

a temporada das ites. Na semana passada fomos visitados por uma gastroenterite, uma otite, e desconfio de uma amigdalite!!!

Uma história do Noddy

Setembro!!!

Estamos em Setembro, o meu mês preferido! É um mês de mudanças: arrumam-se os fatos de banho e penduram-se as roupas quentinhas; as sandálias dão lugar aos sapatos fechados; no cabide dos chapéus amontoam-se os guarda-chuvas; os jogos passam muito mais tempo fora das prateleiras, pois passamos a estar muito mais tempo em casa.

Eu adoro abrir as caixas de arrumação e relembrar as roupas do ano anterior. Acho que até as minhas filhas gostam desse trabalho... é engraçada a forma como reagem a ver as roupas (muitas já não servem) que vestiram há poucos meses. A casa reage a esta "alegria" e fica forrada de roupas, demorando algumas horas para conseguir organizar e seleccionar o que serve, o que já não serve e o que é óbvio que não serve mas que elas teimam em vestir.

E nestes dias, ao comparar as roupas do ano anterior, constato o quanto as minhas princesas cresceram!

Rescaldo da 1ª semana escolar

Até nem foi tão mau como estava a prever:

Maria: começou por ficar durante a manhã, sem chorar, lamentando-se e chamando por mim (MÃAAAAAE) quando olhava para a porta! Comeu bem (tem apetite voraz) e hoje vou saber como correu a 1ª sesta.

Catarina: Como se conhecesse todas as crianças da sala e as educadoras, deu-me um beijinho e seguiu caminho, à procura de novos brinquedos e novidades.

Leonor: transforma-se assim que põe o pé no carro. Sempre agarrada a mim, às calças, à mão, a qualquer coisa, vai-me dando beijinhos e diz que não quer que me venha embora. Nunca a deixei a chorar, mas sei que foi por minutos. Saí na altura certa.

O balanço da 1ª semana é POSITIVO!!!

Os professores aos olhos da Catarina

- E agora olhem todas para mim que eu vou fazer parvoíces!!
- Porquê Catarina?
- Porque vou fazer de Parvessora!!!

Saídas

Estava a dar uma reportagem da Floribella (já decorei as músicas) na Eurodisney e elas de olhos postos na televisão, a vibrar com cada boneco que aparecia.
- É o Mickey.
- Nô, também estava a Minnie!
- Mãe, apontando a TV, é a bela aborrecida!

E desatámo-nos a rir, eu e o Pai, com o novo nome dado a esta personagem da Disney. Lá devem ter achado quão aborrecido é passar metade da vida a dormir dentro de um vidro e que o nome mais adequado seria Bela Aborrecida!

Ainda a chucha...

Aproveitámos o bom tempo para irmos à praia no fim-de-semana. Estava óptima!! Uma amiga minha perguntou-lhes se usavam chucha e olharam para mim como que a pedir ajuda na resposta. Disse para responderem e ambas disseram que não. Olhei para elas e a minha amiga percebeu que mentiam... Não as quis desmentir em público pois até achei graça à destreza e à parte disse-lhes que já que tinham respondido não, em casa veríamos se precisavam da chucha.
Já na cama e prontas para dormir a sesta, teimavam em falar uma com a outra. Vi que lhes faltava qualquer coisa, mas elas também não pediram. Sairam da cama e à noite dormiram sem a borracha, sem dramas. Estavam estafadas!!
Ontem precisaram da chucha para dormir a sesta e à noite voltaram a não a querer.
Acho que estamos no bom caminho... não estamos a forçar nada e está a ser uma decisão delas!

Desenhos animados violentos!?!

As minhas filhas adoram ver O Ruca, o Noddy, as pistas da Blue (ò duarte, é preciso ganhar bem), a Dora e o Diogo, e outros que dão no canal 2. Bom, pelo menos estes têm sempre um final feliz. Não são como o Marco ou a Heidi que nos presenteavam com uma desgraça maior a cada episódio novo.

O Marco: Este pobre coitado ficou sem a Mãe que fugiu para longe (acho que foi de barco) e deixou-o com um macaco. Ao que me lembro, ela foi tentar melhor sorte, e para tal, teve que deixar o filho, não obstante os seus pedidos de não abandono!!

A Heidi: Nunca percebi o que aconteceu aos seus Pais. Vivia numa cabana com o primo e o Avô. Até aqui tudo bem, pelo menos tinha familiares e não apenas um macaco. A desgraça maior era a menina rica que estava numa cadeira de rodas e que tinha uma governanta que era uma bruxa. A Heidi foi trabalhar para casa dela, acho que para lhe fazer companhia (isto é trabalho infantil)!

Lembro-me

... de dizer adeus à minha mãe, duma janela da sala, ao colo da educadora.
... de não perceber porque gritava tanto o meu irmão. Também era o 1º dia para ele.
... do meu bibe rosa aos quadradinhos
... da sopa de chocolate (como eu lhe chamava, devido à cor acastanhada). Era de feijão!
... do cheiro dos copos de plástico
... do puré... que ainda hoje não consigo comer
... do cheiro das mantas quando dormiamos a sesta
... das tintas, quando pintávamos com as mãos
... do nome da minha educadora, Ana

E há quem diga que é impossível lembrarmo-nos de coisas que aconteceram com 3 anos. Na verdade, quando entrei para a escola, fiz logo os 4 anos, mas lembro-me perfeitamente de todas estas coisas!

A próxima semana

vai ser rica em emoções. A Leonor e a Catarina vão para a nova escola e as mochilas já estão à porta (com a lata e as canetas) à espera do 1º dia. A Maria começa um dia antes e custa-me pensar em deixá-la lá sozinha.